A orquídea nativa brasileira Brassavola tuberculata Hook.: potencial ornamental e reintrodução

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/2447-536X.v30.e242768

Palavras-chave:

ambiente natural, Orchidaceae, paisagismo, substratos

Resumo

A utilização de espécies nativas no paisagismo tem ganhado destaque devido à sua adaptabilidade e sustentabilidade em comparação com espécies exóticas. Para introduzir uma nova planta no paisagismo, é necessário definir características ornamentais desejáveis. Este estudo teve como objetivo avaliar o potencial ornamental e a viabilidade de reintrodução da orquídea nativa brasileira Brassavola tuberculata Hook. em ambientes naturais, visando seu uso no paisagismo sustentável com e sem fertilização. A pesquisa foi conduzida em duas etapas principais. Na primeira etapa, foram analisadas as características morfológicas de três indivíduos com botões florais, focando em aspectos quantitativos. Os resultados mostraram que a espécie apresenta inflorescências elegantes e flores perfumadas, com pétalas brancas levemente amareladas e um labelo articulado na base. Na segunda etapa, 20 plantas oriundas de semeadura assimbiótica, com aproximadamente 10 cm de altura, foram reintroduzidas em forófitos de Hymenaea courbaril. Como substrato foi utilizado mistura de paú de buriti e chips de coco. As plantas foram divididas em dois grupos: um recebeu 12 g de adubo de liberação controlada (NPK 15-15-15 + micronutrientes) e outro não recebeu adubação. As avaliações foram realizadas no dia da reintrodução (dia zero) e aos 7, 14, 21, 30, 60, 90, 120, 180 e 360 dias após a reintrodução. Os resultados indicam que os aspectos morfológicos de B. tuberculata atribuem à espécie potencial ornamental e pode ser reintroduzida com sucesso em ambientes naturais, mesmo sem adubação. A planta demonstrou notável capacidade de adaptação e sobrevivência, reorganizando seu metabolismo para enfrentar o estresse inicial.

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Biografia do Autor

José Carlos Sorgato, Universidade Federal da Grande Dourados. Faculdade de Ciências Agrárias

Possui mestrado em Produção vegetal (2012) e graduação em Agronomia pela Universidade Federal da Grande Dourados (2008). Atualmente é professor voluntário e aluno regular do programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal nível de doutorado da Faculdade de Ciências Agrárias - UFGD. Tem experiência na área de Floricultura: Parques e Jardins, Produção de Plantas Ornamentais e cultivo in vitro.

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Publicado

2024-09-23

Edição

Seção

Artigos